Da ideia para resolver um problema individual pode surgir a solução para um setor estratégico do país, como o da distribuição de energia. Com uma história real que exemplifica esse processo, o presidente do Lactec, Luiz Fernando Vianna, falou, em palestra nesta quarta-feira (12), sobre o tema da inovação tecnológica no evento ‘Energia 4.0 – Negócios Inovadores’.
A série de palestras, organizada pela futuri9, reuniu no Centro de Eventos da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), em Curitiba, líderes de referência no setor de energia para analisar o analisar o cenário nacional e debater os desafios que devem impulsionar o processo de inovação na área nos próximos anos.
Para falar da experiência do Lactec, Vianna lembrou de um caso do final da década de 1990, quando o engenheiro Lourival Lippmann Jr., pesquisador do Lactec, soube de um problema que seu vizinho enfrentava: toda vez que faltava luz em sua casa, ele precisava ir até seu açougue para ver se a queda de energia atingia também o comércio, ainda que fosse madrugada.
A equipe de Lourival resolveu o problema do vizinho criando um equipamento que foi instalado no açougue e que, ao detectar falha no fornecimento de energia, disparava uma chamada para o telefone de sua casa. “Inspirado na ideia criada para o vizinho do Lourival, só que em uma escala maior, o Lactec desenvolveu um projeto para a Copel, o Foneluz”, contou Vianna. “A diferença é que o produto avisava a Copel sobre a falta de energia.”
A ideia deu tão certo que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) contratou o serviço do Lactec para instalar a solução, rebatizada com o nome de Sistema Argos em concessionárias de todo o Brasil. Para Vianna, ali teve início o expertise que o Lactec desenvolveria nos anos seguintes na área de pesquisa e desenvolvimento (P&D), hoje um dos principais segmentos de atuação da empresa.
Em sua fala, o presidente do Lactec destacou ainda outros projetos de P&D realizados pela instituição nos últimos anos, como o desenvolvimento da tornozeleira eletrônica, o braço robótico para poda de árvores, o sensor inteligente de faltas na rede de baixa e média tensão e a rede de eletropostos para abastecimento de veículos elétricos. Já para o futuro do setor de energia, Vianna considera que a geração distribuída deve ser a grande tendência do processo de inovação tecnológica.
A programação do Energia 4.0 incluiu debates sobre o potencial energético nacional, com foco no desenvolvimento tecnológico, e sobre as oportunidades para tornar o setor mais competitivo com pautas que contribuem para estreitar a relação do mercado de energia, incluindo a academia.
Participaram do evento representantes da Copel, Sanepar, Agência de Inovação da UFPR, Agência PUC, Sistema Fiep, futuri9, Megamídia Group, Tradener, 4Watt, Domínio Solar, Multivision Consultoria Internacional, Malaré Advogados, Rocha Marques Incentivos à Inovação e Cicloway Veículos Elétricos.