As usinas híbridas foram regulamentadas em novembro de 2021 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Mas antes mesmo da Resolução Normativa 954, elas já eram uma realidade e, cada vez mais, aquecem a economia.
Com a autorização de novos modelos de produção e distribuição energética, as usinas híbridas fazem parte da modernização do setor elétrico.
A hibridização representa descarbonização, eficiência energética e redução de custos para as empresas de energia e para o consumidor.
Por esse motivo, é importante conhecer mais sobre as usinas híbridas. Elas se alinham com políticas de ESG e devem expandir pesquisas e projetos de desenvolvimento energético no país.
O que são usinas híbridas
Usinas híbridas ou associadas são sistemas que combinam duas ou mais fontes de produção de energia, compartilhando a mesma infraestrutura e, eventualmente, o mesmo contrato.
Essas usinas podem ser classificadas como Centrais Geradoras Híbridas (UGH) ou como Centrais Geradoras Associadas (Associadas). Mas qual a diferença entre elas?
As geradoras híbridas possuem outorga única, com medição única ou distinta por tecnologia de geração. No caso das associadas, as instalações têm outorgas e sistemas de medição diferentes.
Entre os principais objetivos das usinas híbridas estão:
- Fazer melhor uso da infraestrutura de conexão e transmissão de energia;
- Potencializar a produção energética por meio da complementaridade temporal das tecnologias utilizadas. Continue a leitura que já explicamos essa vantagem;
- Ampliar a capacidade de geração com o uso de fontes renováveis, uma vez que o Brasil tem o alto potencial para geração de energia limpa.
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Vantagens das usinas híbridas
Existem algumas vantagens no investimento de estudos e implementação das usinas híbridas. Confira três principais benefícios que acompanham esse formato:
Complementaridade das fontes de geração
Como mencionado, um dos principais benefícios das usinas híbridas é a possibilidade de complementar as fontes de geração para otimizar sua produção contínua.
Dessa maneira, em momentos de baixa disponibilidade de determinada alternativa, é possível manter a distribuição por meio da segunda fonte em operação.
Essa vantagem é especialmente atrativa em tempos de crise hídrica, com hidrelétricas encarando baixas em seus reservatórios. E também no momento em que empresas buscam opções diferenciadas de geração sustentável.
Unindo duas fontes limpas como solar e eólica, por exemplo, é possível otimizar a distribuição e evitar quedas por baixa disponibilidade.
Transmissão estável
Por conta dessa complementaridade, as usinas híbridas poderão registrar uma transmissão mais estável de eletricidade para empresas e outros pontos de recebimento, inclusive residenciais.
Uma vez que a produção oferece menos variações em sua operação contínua, por conta de menos baixas, por exemplo, a transmissão pode se manter eficiente.
Dessa forma, não apenas é possível aproveitar uma produção energética contínua, como também é possível prolongar a operação por mais tempo.
Economia de custos
Ainda, é fundamental mencionar que as usinas híbridas proporcionam economia de custos para empresas e indústrias que adotam essa alternativa.
Isso porque é possível reduzir gastos com compra de terrenos para construção de geradores, por exemplo. Uma vez que compartilham a mesma estrutura física e contratual, não existe a necessidade de adquirir mais de um terreno ou construção para gerações distintas.
E, ainda, com a produção contínua, existe a redução de custos com picos de operação, por exemplo, mantendo uma distribuição mais estável, e, com isso, menos gastos relacionados à eletricidade.
Regulamentação de usinas híbridas no Brasil
A Resolução Normativa 954 define regras para a outorga, para a contratação do uso dos sistemas de transmissão, tarifação das usinas híbridas e possíveis aplicações de descontos na tarifa de uso.
No entanto, é importante se atentar que a ANEEL não estabeleceu regras quanto à formação de conjuntos híbridos de armazenamento.
Isso porque as tecnologias de armazenamento para usinas híbridas e associadas estão sendo discutidas no item 59 da Agenda Regulatória 2021-2022 da ANEEL. Portanto, o tema fugia ao escopo da CP 061/2020, e, por esse motivo, não fez parte da regulamentação aprovada.
No entanto, o movimento é promissor, e planeja inserir sistemas elétricos de menor custo em empreendimentos nacionais, além de auxiliar no investimento de novos projetos energéticos com economia de recursos.
Projetos no Brasil
Segundo a ANEEL, empreendimentos de usinas híbridas em sistemas isolados existem desde 2014. Há projetos concretizados por meio do programa de Pesquisa e Desenvolvimento, com arranjos que se diferem de acordo com seu potencial local.
Por exemplo, projetos que unem eólica e solar, hidrelétrica associada à central fotovoltaica e termelétrica a diesel associada à usina eólica.
Agora, com a regulamentação, outros programas de pesquisa e desenvolvimento também possuem plena autorização de instalação e operação em território nacional, incluindo usinas híbridas nos estados de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul.
Desafios das usinas híbridas
A regulamentação das usinas híbridas avançou um capítulo na trajetória de inserção desse modelo no setor elétrico.
Cada novo empreendimento com duas fontes geradoras vai demandar das corporações mais investimento em estudos de viabilidade técnica e licenciamento ambiental, além de serviços como medição de qualidade de energia, diagnósticos e análises de riscos.
Será necessário aumentar a confiabilidade, reduzir falhas e perdas técnicas e comerciais, introduzir novas tecnologias e metodologias.
Enfim, a implantação de usinas híbridas está conectada com as demandas de modernização. Trata-se de inovação e disrupção para descarbonizar a economia, reduzir custos e melhorar a eficiência energética.
O Lactec possui compromisso com programas de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) em busca de soluções sustentáveis e ecologicamente eficientes, inclusive em parceria com órgãos como a ANEEL. É autoridade no setor de energia, com aproximadamente 400 projeto de PDI realizados.
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